Desfile da Liberdade
A Associação das Colectividades do Concelho do Barreiro (ACCB) e o Movimento Associativo Popular do Concelho do Barreiro realizaram no passado dia 24 de Abril de 2021 (Sábado), um Desfile da Liberdade, entre o edifício da Câmara Municipal do Barreiro e o espaço entre o Mercado 1.º Maio e o Parque Catarina Eufémia.
O Desfile da Liberdade teve a concentração dos Dirigentes Associativos Voluntários e Eleitos (DAVE`s), as Comissões de Utentes, os Movimentos Sociais e a população pelas 20h30 nos Paços do Concelho do Barreiro.
A partida dos Desfile da Liberdade foi às 21h00 em direcção ao Mercado 1.º Maio, onde podemos assistir às intervenções do presidente da Sociedade Democrática União Barreirense - Os Franceses, Nuno Bagarrão Teixeira; a Associação de Mulheres de Patologia Mamária, Maria Fernanda Ventura; a Plataforma Bamcamp, Augusto Sousa; a Comissão de Utentes da Saúde do Barreiro, Maria Antonieta; a Associação dos Bombeiros Voluntários - Corpo da Salvação Publica, Carlos Moreira; o Núcleo do Barreiro da União de Resistentes Antifascistas Portugueses, Júlio Dias; e a Associação das Colectividades do Concelho do Barreiro (ACCB), estrutura descentralizada da Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto (CPCCRD), Daniel Rocha Ventura.
O Desfile da Liberdade teve a concentração dos Dirigentes Associativos Voluntários e Eleitos (DAVE`s), as Comissões de Utentes, os Movimentos Sociais e a população pelas 20h30 nos Paços do Concelho do Barreiro.
A partida dos Desfile da Liberdade foi às 21h00 em direcção ao Mercado 1.º Maio, onde podemos assistir às intervenções do presidente da Sociedade Democrática União Barreirense - Os Franceses, Nuno Bagarrão Teixeira; a Associação de Mulheres de Patologia Mamária, Maria Fernanda Ventura; a Plataforma Bamcamp, Augusto Sousa; a Comissão de Utentes da Saúde do Barreiro, Maria Antonieta; a Associação dos Bombeiros Voluntários - Corpo da Salvação Publica, Carlos Moreira; o Núcleo do Barreiro da União de Resistentes Antifascistas Portugueses, Júlio Dias; e a Associação das Colectividades do Concelho do Barreiro (ACCB), estrutura descentralizada da Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto (CPCCRD), Daniel Rocha Ventura.
Nuno Bagarrão Teixeira - SDUB - Os FrancesesÉ com um profundo orgulho que me apresento aqui perante todos vós. Não poderia iniciar esta intervenção sem homenagear todos aqueles que tombaram em nome de liberdade e da democracia. Seja em Portugal ou nas Colónias. Homenagear todos os que ainda, vivos e ao nosso lado, são testemunhas, livros vivos de resistência. A todos vós: Obrigado! Antes do 25 de Abril de 1974, já as coletividades exerciam o direito de livre associação, de reunião, de expressão e de opinião. A prática da democracia e da liberdade era uma realidade na sua vida interna. Foram, por isso, polos de grande resistência anti-fascista. E mesmo nesses momentos mais “negros”, as coletividades tiveram a capacidade e a força de continuar a desenvolver as suas atividades. Com a Revolução de Abril, o Movimento Associativo Popular conheceu um novo e diversificado crescimento, nomeadamente no que se refere às coletividades de cultura, recreio e desporto, bem como com o surgimento de associações de âmbito social, de reformados, pessoas com deficiência, associações juvenis e de estudantes, associações ambientais, associações de moradores, associações de pais, entre muitas outras. Antes do 25 de Abril (muitos dos aqui presentes sabem) o associativismo era, por vezes, uma “ilha de cidadania”, por vezes, a única brecha por onde, na verdade, se abria ao cidadão o acesso a um lugar onde podia participar, viver a democracia e promover dinâmicas desportivas, recreativas e culturais. O associativismo era, sem dúvida, um espaço, onde a criatividade, a vontade de fazer, era vivida de forma intensa e criadora. E foram feitas tantas coisas importantes e que deixaram a sua marca até aos dias de hoje. Talvez, por essa razão, o regime vigiava e controlava a vida das associações. Ainda antes da liberdade e da democracia, estes eram espaços onde o direito de livre associação, de expressão e de opinião estavam garantidos, mesmo que na clandestinidade. Mas não nos iludamos, pois, os mecanismos de controlo hoje em dia são mais sofisticados e envolvem quase sempre a tentativa de subjugar e colocar as relações ao nível da subserviência e dependência financeira do estado e autarquias prejudicando de forma consciente as comunidades onde estamos inseridos. É engraçado ver aqueles que tanto criticam o 25 de Abril, solicitarem reuniões para a fotografia com o Movimento Associativo e Popular responsável pela organização deste momento. É inegável o papel inestimável que o Movimento Associativo Popular tem tido na dinamização de atividades culturais, desportivas e de recreio, bem como na garantia do acesso à cultura e ao desporto – não raras vezes, é no seio destas associações que as comunidades locais e populações encontram espaço para a prática desportiva e para a criação e fruição cultural – além da participação noutras dimensões da vida local, como na ação social e cooperação, na educação e juventude. É inegável a significativa proximidade que o Movimento Associativo Popular tem às comunidades onde se insere, bem como, fruto dessa mesma proximidade, o conhecimento das necessidades, vivências e realidades das comunidades locais. Para que o papel das associações possa ser assumido de forma plena no século XXI torna-se necessário e imperioso que seja aprofundado o debate sobre os conceitos “democracia cultural” e “democratização da cultura”. Atualmente, a participação dos portugueses em associações ou coletividades é muito reduzida, sendo que a maioria da população nacional não pertence a nenhum movimento ou grupo de cidadãos. Por este e tantos outros motivos é urgente criar pólos de atratividade que permitam trazer (novamente) mais gente às coletividades e associações recriando os tempos áureos do associativismo e ao mesmo tempo criando, adaptando as ações tendo em consideração o contexto dinâmico da sociedade em que vivemos. Por este e tantos outros motivos, ter consciência que se faz abril cada vez que falamos de liberdade, de democracia, de associativismo, de participação, de exercício da cidadania. Por este e tantos outros motivos que é preciso continuar a fazer Abril todos os dias. Esquecer como muitos querem não é opção. Fica aqui demonstrado que no que depender de nós Abril não será esquecido. Transmitamos este legado de Liberdade. Viva ao Movimento Associativo Barreirense Viva ao 25 de Abril Viva ao Barreiro.
Barreiro, 24 de Abril de 2021 |
Maria Fernanda Ventura - Associação de Mulheres de Patologia Mamária25 de Abril de 1974/25 de Abril de 2021, 47 anos separam estas datas, a data que mudou Portugal. A data em que o país se libertou de um regime opressor, que deixou um rasto de pobreza, analfabetismo, trabalhadores explorados, uma sociedade desigual e fracturada e um rasto de destruição em toda uma geração provocado por uma guerra de 13 anos.
A Primavera da esperança nasceu com essa manhã de Abril. Sonhámos, lutámos, vimos nascer uma nova Constituição, tudo parecia estar ao alcance da nossa vontade e da nossa força. O tempo, os anos viriam provar que não se pode nunca deixar de lutar, nem dar nada por garantido, porque quando “adormecemos” os direitos perdem-se. Hoje essa luta é tão ou mais importante do que era a 24 de Abril de 1974. O neoliberalismo, as teorias fascizantes, os ataques constantes à nossa Constituição, o estado a que se deixou chegar o SNS e que a pandemia veio colocar a nu à vista de todos, os direitos no trabalho que se foram perdendo e que a pandemia mais uma vez serviu de pretexto para agravar, as desigualdades cada vez mais cavadas na nossa sociedade e que mais uma vez a pandemia ajudou a que se tornassem mais notórias, as dificuldades no direito à habitação fruto da especulação imobiliária e muito mais. Até 24 de Abril de 1974 o movimento associativo era o suporte que permitia a reunião, a troca de ideias, a partilha de saberes. Muitas vezes mal visto e até perseguido pelo antigo regime. Hoje o movimento associativo apresenta muitas dificuldades, fruto também da situação sanitária que vivemos, mas a verdade é que ao longo dos anos foi perdendo associados nu8ns casos por falta de adaptação à evolução dos tempos, noutros casos por diversas outras razões que teremos de analisar com seriedade. Foi perdendo o seu papel interventor na sociedade. Mas o movimento associativo unido tem e pode ainda ser uma importante força interventiva que não podemos desperdiçar.. Aproximam-se tempos muito duros, a nível social, laboral e de exclusão e pobreza. Temos que ser um movimento unido, cada vez mais forte e que tenha um lugar junto do povo, das várias faixas etárias, um lugar de luta, um lugar de união entre todos, cada um com a sua área de intervenção e partilha de saberes. Não somos concorrentes, estamos todos do mesmo lado da trincheira, o certo, o da defesa do 25 de Abril e da nossa Constituição e dos direitos nela consagrados. Juntos temos e devemos ser o garante que ninguém jamais cerrará as portas que Abril abriu. Barreiro, 24 de Abril de 2021 Daniel Rocha Ventura - Associação das Colectividades do Concelho do BarreiroCaros Dirigentes Associativos,
Caros amigos e companheiros, É com enorme prazer e satisfação que estamos juntos para comemorar Abril e o 47.º Aniversário da Revolução dos Cravos. Abril da Liberdade, da Democracia e do diálogo. Em Abril, que ainda decorre comemoramos os 45 anos da promulgação e publicação da Constituição da República Portuguesa (CRP), assinalamos os 120 anos do nascimento de Bento Jesus Caraça, o cientista e democrata difundiu a cultura como uma necessidade de cada individuo e reconheceu as coletividades eram as universidades populares de Portugal. Em Abril temos tudo em aberto. O Associativismo, tal como outros sectores da nossa sociedade, atravessa um momento de grandes dificuldades e, por vezes, sem grandes perspetivas de futuro. Precisamos de Abrir as portas que Abril Abriu. Temos que congregar esforço; temos que agir; temos que reunir e passar à ação; agir rapidamente para salvar o movimento associativo de se afundar; vivemos momentos e tempos de mudança, onde a falta de contactos diretos com os sócios, os praticantes e os fornecedores de enorme importância. Precisamos de fazer parte desta mudança. Precisamos de cativar mais pessoas para a nossa causa, para o objeto da coletividade. Estar no Associativismo é um ato voluntário e SER voluntário significa dizer que sim a um projeto cultural, recreativo e desportivo em beneficio dos sócios, da comunidade onde estamos e da sociedade, em geral. Conhecemos famílias em situações difíceis e foram algumas das coletividades, associações e clubes do concelho do Barreiro que lhes deram as mãos. Nunca mesmo a solidariedade fez tanto sentido e, neste preciso momento, há que vencer os obstáculos, as barreiras impostas e ter confiança, congregar esforços e unir vontades. Sejamos pro-activos, Sejamos criativos, Sejamos solidários, Sejamos Unidos, Procuramos novas formas de sobreviver. Temos de nos adaptar às novas realidades e aos novos desafios. Prosseguir lado-a-lado; com criatividade; sejamos os atores e os agentes da mudança. A nossa Confederação Portuguesa de Coletividades de cultura, Recreio e Desporto (CPCCRD) disponibilizou um manual de retoma Associativa Pós-Covid-19. É necessário no plano da sustentabilidade económica e financeira saber o seguinte: Saber como avaliar a situação económica e financeira? Que medidas a tomar de imediato? Que medidas de gestão a curto e a médio prazo? Que medidas de gestão a curto e a médio prazo? - Na área da participação, transparência e democracia: Que fazer no caso de os órgãos sociais não terem funcionado? O que fazer? Como recuperar associadas que neste período desligaram da coletividade? Por último, a saúde mental, sintomas e medidas: Como prevenir o stress? Como identificar sintomas de stress negativo?? O que fazer para combater o stress negativo? Somos um Movimento Associativo Resiliente. É inegável que o impacto é enorme. É inegável que a Confederação Portuguesa de Colectividades de cultura, Recreio e Desporto (CPCCRD), como voz representativa de 33 mil colectividades, não tem dado tréguas ao Governo, à Assembleia da república, às Ministras da Saúde e da Segurança Social, para que analisem as dificuldades em que se encontra o MAP. Celebrar o 47.º Aniversário da Revolução é comemorar e assinalar as mudanças na sociedade, em muitas vertentes, sejam elas, económicas, politicas, sociais e culturais. O direito de associação, o direito de reunião, bem como o direito de eleger e ser eleitos e o fim da censura, passaram a fazer parte da prática diária dos milhões de filiados e de muitos dirigentes que tomam em suas mãos os destinos das associações onde são filiados. Barreiro, 24 de Abril de 2021 |