Antigamente da Bela Vista viam-se os Bascos da Muleta
15h 00 | 30 de Abril de 2016 (Sábado) | Associação de Acção de Reformados do Barreiro
Na construção do romance, mesmo quando a imaginação é fértil, a ficção não se consegue afastar dos factos históricos, sobretudo quando queremos contar a epopeia dos homens inserida na história do meio. A tarefa complica-se quando falamos das suas vivências, da sua labuta, da sua coragem e das suas fraquezas, das suas lutas, das suas tristezas e das suas esperanças.
“Antigamente da Bela Vista Viam-se os Barcos da Muleta” É um romance de amores Um livro de memórias Com recordações maiores E muitas, muitas histórias!... Ligadas à Pesca primordial, aos Caminhos de Ferro, às Fábricas de Cortiça, à Indústria Química, ao Pequeno Comércio e Indústria, ao crescimento económico, à imigração massiva, à permanente luta de classes, motor da história. Vidas difíceis, trabalho duro, luta pela sobrevivência, a coragem da resistência, a acção com os olhos postos no futuro de esperança, a agremiação de esforços à volta das Associações, Clubes e Colectividades, a iniciativa e a promoção cultural: pela música, pelo teatro, pela prática desportiva, pela miscigenação de raízes e tradições culturais migrantes. * A juventude desempenha sempre um papel determinante na progressão geracional, na insatisfação perante o “fatalismo histórico” que os poderes, todos os poderes, querem impor. É dessa juventude generosa que rompe amarras, desdenha costumes e hábitos retrógrados, rompe proibições e a tacanhez do regime obscurantista, acolhe com satisfação e irreverência os ecos distantes de lutas de outros jovens do Mundo, que tratam os últimos capítulos deste livro. No meio de afectividades e sentimentos nobres, das hesitações e das fragilidades que assombram a juventude de todos os tempos, das encruzilhadas da História que aceleram os processos de aprendizagem, ressaltam o idealismo, os sonhos, as paixões, as desilusões, o amadurecimento, o amor. Nos anos 60 do século XX, a juventude portuguesa estava colocada perante uma terrível encruzilhada da história: a existência de uma Guerra Colonial em três frentes que o regime colonial/ fascista teimava em perpetuar contra os povos africanos que lutavam pela sua autodeterminação e independência. Tratámos já este assunto noutros livros, está em curso outro projecto que volta a esta temática. Será o próximo: DA GUERRA NUNCA SE VOLTA! Deste livro agora apresentado, das suas histórias, das suas vivências, do entrecruzar das suas personagens, destacam-se traços identitários da cultura e da vida do Barreiro dos finais do século XIX e da primeira metade do século XX. Identificámos seis por ordem:
5. O Fado Operário e Vadio 6. O Canto da Imigração Abre-se uma janela de oportunidade para o aprofundamento, investigação e preservação das nossas memórias imateriais que, se não forem cuidadas, morrem. Procuramos fazê-lo nas apresentações programadas e sobretudo iremos levá-las em “embaixada cultural” quando formos à Baixa da Banheira, a Lisboa, ao Seixal, a Sesimbra...Onde for possível e nos convidarem. Estão desde já convidados! Vamos abordar hoje o primeiro item: O Barco da Muleta e as Redes da Tartaranha. |